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A Pandemia na Europa e no Mundo

O Director Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alarmado com a velocidade de propagação do coronavírus. Por seu turno, o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) considera que a resposta europeia ao impacto da pandemia, no imediato, deve vir de instrumentos existentes, dado que as coronabonds podem demorar até três anos. Por cá, o estado de emergência foi renovado por mais 15 dias.
02 Abr. 2020
A Pandemia na Europa e no Mundo
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A DGS anunciou hoje a existência de 187 mortes e 8.251 de Covid-19 em Portugal. O número de óbitos subiu de 160 para 187, enquanto o número de infetados aumentou de 7.443 para 8.251, o que representa um aumento de 10,8%. Há, ao todo, 43 casos recuperados a registar, um número que se manteve intacto nos útimos sete boletins divulgados pela DGS. Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou, esta quarta-feira à tarde, a...
A DGS anunciou hoje a existência de 187 mortes e 8.251 de Covid-19 em Portugal. O número de óbitos subiu de 160 para 187, enquanto o número de infetados aumentou de 7.443 para 8.251, o que representa um aumento de 10,8%. Há, ao todo, 43 casos recuperados a registar, um número que se manteve intacto nos útimos sete boletins divulgados pela DGS. Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou, esta quarta-feira à tarde, a prorrogação do estado de emergência por causa da pandemia de covid-19 por mais 15 dias.

A PANDEMIA EM PORTUGAL

O Presidente da República decide hoje se prolonga o estado de emergência, aprovado com o objetivo de tentar travar a epidemia de Covid-19. A decisão será tomada depois de Marcelo Rebelo de Sousa conhecer o parecer do Governo. Se decidir renovar, a decisão será enviada ainda hoje para o Parlamento, que votará o documento amanhã. Nos Açores, o presidente do Governo Regional decretou que o estado de contingência vai ser estendido até ao final de abril. 

Numa comparação da evolução das mortes entre os países mais afetados, Portugal começa a mostrar resultados mais positivos, ainda que ligeiros, e a descolar dos países mais atingidos pela pandemia. Mas em Ovar, município que está em estado de calamidade pública, o presidente da Câmara disse ontem que a doença já provocou 277 infetados e 13 mortes entre os 55.400 habitantes. Também ontem, o Infarmed assegurou estar a acompanhar todos os esforços nacionais e internacionais para o desenvolvimento de potenciais tratamentos e vacinas para o Covid-19, mas insistiu que nenhum fármaco provou ainda a sua eficácia no combate à doença. 

A República Checa, que tornou obrigatório o uso de máscaras, está a obter resultados. A experiência começa a ser estudada pelo resto da Europa e já há países a rever as suas posições. Em Portugal, o grupo de especialistas que integra o Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência Antimicrobianas está a rever a orientação lançada no início do mês. 

Ontem chegou ao Porto um avião com equipamento de proteção para os profissionais de saúde. Segundo o secretário de Estado da Saúde, os materiais serão distribuídos pelo país conforme as necessidades. No Hospital da Cruz Vermelha, foi apresentado o sistema "Triagem Smart”, para detetar possíveis casos de Covid-19, que já começou a ser usado em lares. No Porto, a Câmara Municipal anunciou que o Pavilhão Rosa Mota vai passar a funcionar na próxima semana como "Hospital de Missão", servindo para acolher doentes com poucos sintomas ou até assintomáticos sem "retaguarda familiar". 

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde revelaram hoje que a Linha SNS 24, que se tornou a porta de entrada por princípio dos casos suspeitos de Covid-19, atendeu em março "mais de 300 mil chamadas".

A PANDEMIA NA EUROPA E NO MUNDO

Stefan de Keersmaecker, porta-voz da Comissão Europeia, afirmou que os equipamentos médicos comprados em grupo a nível europeu, para fazer face à pandemia, começarão a estar disponíveis apenas "dentro de algumas semanas” em vez de no início de abril. 

Em Espanha, foram registadas nas últimas 24 horas mais 864 mortes, o valor mais alto num só dia desde o início da pandemia, e 7.719 casos de Covid-19. O balanço de vítimas em território espanhol ascende agora a 102.136 infetados e 9.053 vítimas mortais. Já Itália continua a viver um percurso descendente na percentagem de crescimento diário nas infeções. O número de casos cresceu 3,9%, para 105.792, uma percentagem que tem reduzido nos últimos quatro dias. 

No Reino Unido, o Instituto Nacional de Estatística começou ontem a publicar um boletim que dá conta das mortes por Covid-19, tanto em Inglaterra como no País de Gales. Os primeiros números são diferentes dos apresentados pelo SNS britânico e sugerem que as mortes estão um quarto acima das registadas pelas autoridades de saúde. Os Países Baixos - onde a pandemia já causou mais de mil mortos e infetou mais de 13 mil pessoas - prorrogaram até 28 de abril as medidas de encerramento impostas a escolas, restaurantes e bares, enquanto na Suécia mais de dois mil médicos, cientistas e professores assinaram uma petição onde pedem ao Governo que sejam introduzidas medidas de contenção mais rigorosas. 

Segundo uma contagem efetuada pela Universidade Johns Hopkins, os EUA registaram ontem um recorde diário de 865 mortes. Com esta forte aceleração elevou-se para quase quatro mil o número total de mortes desde o início da pandemia no país, que é o que tem atualmente o maior número de casos registados. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças admite rever as normas o sobre uso de máscaras. No Brasil, o Governo anunciou que foi ultrapassada a barreira dos 200 mortos pelo novo coronavírus, havendo quase seis mil infetados.

Hoje, a Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que identificou 130 novos casos assintomáticos portadores do novo coronavírus, mas que não revelam nenhum sintoma da doença do Covid-19. O mesmo organismo informou que, de um total de mais de 1.500 casos assintomáticos que estão a ser isolados e monitorizados, 205 vieram do exterior. 

Em Moçambique, o Parlamento aprovou ontem a declaração do estado de emergência anunciada na segunda-feira pelo Presidente Filipe Nyusi, que irá vigorar durante o mês de abril. 

Segundo um balanço publicado ontem pela agência AFP, baseado em números oficiais de países, a pandemia já matou mais de 41 mil pessoas em todo o mundo desde o seu início e infetou quase 830 mil.

PROGRESSOS MÉDICOS

Laboratórios científicos portugueses estão a desenvolver um teste de diagnóstico do Covid-19 que possa detetar anticorpos gerados pelo sistema imunitário contra o coronavírus. O teste serológico é um dos exames que possibilitam diagnosticar uma infeção viral. Ainda no nosso país, a farmacêutica Hovione admitiu estar na corrida à produção e comercialização de uma vacina contra o coronavírus, integrada num consórcio internacional.

IMPACTO ECONÓMICO

O relatório do secretário-geral da ONU sobre "Responsabilidade Partilhada, Solidariedade Global: Impactos Sócio-Económicos da Covid-19”, apresentado em Nova Iorque, recomenda a todos os países que "advoguem e apoiem a implementação de um pacote de estímulos coordenado, inovador e centrado nas pessoas que atinja os dois dígitos de pontos percentuais do produto mundial bruto”. 

O presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) considera que a resposta europeia ao impacto da pandemia, no imediato, deve vir de instrumentos existentes, dado que as coronabonds podem demorar até três anos. Para Klaus Regling, a solução mais eficaz no imediato é a utilização da linha de crédito cautelar que o MEE tem disponível. 

Em Portugal, o Orçamento do Estado para 2020 entra hoje em vigor, mas o documento está virtualmente caducado, tendo em conta os desenvolvimentos das últimas semanas por causa da crise do coronavírus. O Governo vai usar 500 milhões de euros do Portugal 2020 para ajudar a financiar algumas das despesas que terá de suportar no âmbito da luta contra o Covid-19. Para fazer face a estas novas elegibilidades vai ser necessário fazer uma reprogramação do atual quadro comunitário de apoio. E para responder também a estas necessidades financeiras acrescidas, o IGCP está no mercado com uma venda sindicada de Obrigações do Tesouro a sete anos. Hoje, o Banco de Portugal revelou que a dívida pública subiu pelo segundo mês consecutivo em fevereiro, estando agora nos 255 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde maio. Entretanto, o Ministério da Agricultura apresentou uma primeira versão de um Plano de Medidas Excecionais para o setor agroalimentar, para garantir o funcionamento desta área e a segurança do abastecimento alimentar. O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social esclareceu que o apoio extraordinário por quebra de atividade para os trabalhadores independentes será pago em abril. 

A ministra do Trabalho e da Segurança Social revelou que, no espaço de apenas 24 horas, mais do que duplicou o número de pedidos de acesso ao regime de lay-off simplificado, havendo atualmente 3.600 pedidos. Um dos casos é o da TAP, que já oficializou aos trabalhadores a decisão de avançar para o regime de lay-off de 90% dos cerca de dez mil funcionários. Por seu lado, a ANA – Aeroportos de Portugal propõe aos trabalhadores licenças sem vencimento, redução em 20% do período normal de trabalho durante três meses e o gozo antecipado de férias. 

No Grupo Transdev, os cerca de dois mil trabalhadores vão entrar em regime de lay-off depois de a empresa ter observado uma quebra de 90% nas receitas. Isto numa altura em que a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes revelou que alguns operadores de transporte de passageiros, rodoviários e ferroviários, comunicaram reduções na procura entre os 60% e os 90% desde a implementação de medidas excecionais contra o coronavírus. 

A nível europeu, os empregos de pelo menos 1.110.107 pessoas que trabalham na indústria automóvel estão ser afetados pelas paralisações de fábricas provocadas pela crise do Covid-19. A estimativa foi avançada pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. Em Itália, o impacto da pandemia vai provocar uma contração do PIB de aproximadamente 10% no primeiro semestre do ano, segundo estimativas da patronal italiana Confindustria.

MERCADOS FINANCEIROS

Com quedas na ordem dos 3%, as praças europeias estavam esta manhã a refletir o pessimismo dos investidores com a evolução do coronavírus, sobretudo na Europa e nos EUA. O Stoxx600 deslizava 2,92% para 310,72 pontos, enquanto, em Portugal, o PSI-20 registava uma descida ligeira de 1,28%, depois de ter caído 14% no mês de março.
Fonte:Com Cision
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