Covid-19 é dez vezes mais mortal do que a pandemia de gripe de 2009

A DGS avançou, no seu boletim epidemiológico, o registo de 567 mortes e 17.448 infetados com o novo coronavírus em Portugal. De ontem para hoje o número de óbitos subiu de 535 para 567, mais 32, enquanto o número de infetados aumentou de 16.934 para 17.448, mais 514 (mais 3% em relação a ontem). O número de casos recuperados está agora em 347.

Em entrevista à Rádio Observador, o primeiro-ministro considerou hoje que Portugal terá de ser capaz de conviver com o vírus nos próximos meses e, por isso, poderá estar "com múltiplas velocidades” em função das "regiões diferentes, setores diferentes e pessoas com risco diferente”. António Costa falou também sobre o impacto económico da pandemia. 

Ontem, o Governo e a DGS aconselharam ontem o uso generalizado de máscaras pelos portugueses em espaços interiores e onde haja concentração de pessoas. 

Também ontem, o ministro da Administração Interna anunciou que as fronteiras portuguesas com Espanha vão continuar encerradas. Eduardo Cabrita admitiu igualmente que o estado de emergência deverá ser renovado por um terceiro período. E o Governo já entregou na Assembleia da República o relatório sobre a aplicação do primeiro período do estado de emergência. 

Hoje arranca o terceiro período letivo, mas a maioria dos alunos já não regressará à escola e continuará a estudar à distância. 

E, segundo uma estimativa do britânico Imperial College, Portugal poderá já ter entre 67 mil a 149 mil pessoas infetadas com o novo coronavírus.

O diretor-geral da OMS alertou que o Covid-19 é dez vezes mais mortal do que a pandemia de gripe de 2009, tendo pedido precaução aos países que querem aliviar as restrições. Hoje devem ser conhecidas novas indicações na estratégia de luta contra a pandemia.

Nos EUA, foram contabilizados em 24 horas 1.509 mortos devido ao novo coronavírus. O número total de óbitos desde o início da pandemia naquele país subiu para 23.529. No Reino Unido, as autoridades anunciaram ontem que o número de mortes aumentou para 11.329, com mais 717 óbitos em 24 horas. O número total de casos de contágio aumentou para 88.621. 

Em Espanha, nas últimas 24 horas foram registadas 567 mortes, uma subida face ao dia anterior, havendo até agora um total de 18.056 óbitos. Há 3.045 novos infetados, o número mais baixo das últimas semanas. Na Alemanha, voltou a ser registado um número de novos casos curados (cerca de 3.600) superior ao número de novas infeções (2.082) nas últimas 24 horas. No total, o país tem agora um total de 125.097 casos diagnosticados, 2.969 vítimas mortais e 68.200 pessoas consideradas curadas. Já em França, o Presidente Emmanuel Macron anunciou ontem que o confinamento vai durar até 11 de maio. 

Segundo um balanço da agência AFP, às 19h00 de ontem, a pandemia já matou 117.752 pessoas e infetou quase 1,9 milhões em todo o mundo desde dezembro.

A China já iniciou testes clínicos em seres humanos de duas possíveis vacinas contra o novo coronavírus, informou hoje a imprensa local. Trata-se de duas vacinas inativadas, que consistem em microrganismos produzidos pela inativação ou morte do vírus durante o processo de fabrico.

Entretanto, uma outra vacina, desenvolvida pela Advent-Irbm em Itália, em cooperação com o Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, vai começar a ser testada no final deste mês de abril em humanos. 

No Brasil, um estudo realizado em doentes infetados com o novo coronavírus foi interrompido depois de os pacientes terem tomado uma dose elevada de cloroquina que lhes provocou batimentos cardíacos irregulares.

Em entrevista à TVI, o ministro das Finanças revelou ontem que as estimativas do Governo apontam para um impacto de 6,5% no PIB por cada 30 dias úteis que o país estiver parado devido à pandemia. Mário Centeno admitiu mesmo que, no segundo trimestre, a variação homóloga do PIB em relação ao ano anterior terá uma queda de "quatro a cinco vezes o máximo que alguma vez vimos o PIB cair num trimestre em Portugal". Uma possibilidade que foi considerada "uma bomba” pelo presidente da APB, em entrevista à RTP 3. Faria de Oliveira disse que a crise "não pode deixar de afetar o sistema bancário”. 

Hoje, o primeiro-ministro está a reunir-se, por videoconferência, com 25 economistas e académicos "sobre a atual e futura situação económica e financeira”, abordando as "medidas para promover o relançamento da atividade económica”.

De acordo com os primeiros resultados do inquérito preparado pelo INE e pelo BdP para acompanhar esta crise, divulgado hoje, 2% das empresas já tinham encerrado definitivamente no início de abril. Por seu lado, a ACAP avançou que a produção automóvel em Portugal caiu 46,1% em março quando comparada com o mesmo mês de 2019, em resultado do impacto económico da pandemia. 

Em França, o ministro da Economia avançou que que as medidas de emergência para fazer frente ao Covid-19 envolverão "mais de 100 mil milhões de euros", estando prevista uma queda de 8% no PIB em 2020. 

O FMI divulga hoje as previsões para a economia mundial para este ano, sendo esperada uma recessão económica face às consequências do surto de Covid-19. 

O PSI-20 abriu a primeira sessão desta semana em terreno positivo, somando 1,75% e a caminhar para a quinta sessão consecutiva no verde. A Bolsa de Lisboa acompanhava, assim, a tendência positiva que se observava no resto da Europa. O Stoxx-600 valorizava 1,16% o Ibex-35 somava 1,10%, o CAC-40 avançava 0,23% e o DAX crescia 1,24%.