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O clima de incerteza atual convida à abertura a uma vasta gama de cenários possíveis

Possibilidade de uma subida na inflação em 2021, apesar do cenário não se apresentar como o mais plausível.
14 Jan. 2021
O clima de incerteza atual convida à abertura a uma vasta gama de cenários possíveis
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A taxa de inflação média do ano passado foi nula, depois dos preços dos produtos terem ficado em média 0,2% mais baixos em dezembro face a igual mês de 2019, revela o INE. Já dados do Eurostat indicam que Portugal registou a maior quebra da UE na produção industrial em novembro (-5,1%). Na Zona Euro e UE, o indicador avançou, respetivamente, 2,5% e 2,3%.  As alterações nas políticas monetárias e orçamentais como...
A taxa de inflação média do ano passado foi nula, depois dos preços dos produtos terem ficado em média 0,2% mais baixos em dezembro face a igual mês de 2019, revela o INE. Já dados do Eurostat indicam que Portugal registou a maior quebra da UE na produção industrial em novembro (-5,1%). Na Zona Euro e UE, o indicador avançou, respetivamente, 2,5% e 2,3%. 

As alterações nas políticas monetárias e orçamentais como resposta à pandemia de Covid-19 em grande parte dos países desenvolvidos poderão tornar-se permanentes, com a doença causada pelo novo coronavírus a marcar o fim do período de crescimentos anémicos e inflação baixa que se vive desde os anos 80, argumenta o Credit Suisse na sua perspetiva económica para 2021.

O banco antevê um clima ligeiramente positivo para as finanças públicas de cada país, mas avisa os investidores que o clima de incerteza atual convida à abertura a uma vasta gama de cenários possíveis.

A análise começa por destacar o abandono de determinadas referências macroeconómicas e financeiras, como a preocupação com o controlo do défice ou a alocação do crédito por parte dos mercados, em consequência da necessidade de adoção de políticas semelhantes a uma economia de guerra.

O banco destaca que, do grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo, apenas a Alemanha regista uma dívida bruta em função do PIB abaixo dos 100%.

A análise do banco suíço refere ainda a possibilidade de uma subida na inflação em 2021, apesar do cenário não se apresentar como o mais plausível. Avisando de um possível excesso de confiança na capacidade dos bancos centrais de evitarem qualquer subida indesejada da inflação, o Credit Suisse destaca também que, caso as expectativas dos investidores relativamente a este indicador disparem, o mesmo irá suceder com as taxas de juro.

Ainda assim, esta subida só implicaria défices orçamentais através da subida dos custos da dívida após um longo período, o que já não é verdade no caso das famílias ou de pequenos e médios negócios. Um cenário como este poderiam significar nova crise para o tecido económico, mas apresenta-se como improvável, dado que aumentos na inflação costumam ocorrer aliados a uma aceleração no crescimento.
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