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Portugal: número de infetados sofre aumento de 6,45% nas ultimas 24 horas

A Universidade de Oxford diz que as medidas para contenção do surto adotadas em Portugal foram das mais rápidas na UE, enquanto Itália, Espanha e França foram dos que demoraram mais a reagir. Veja o "Insights Report semanal sobre a COVID-19"
04 Abr. 2020
Portugal: número de infetados sofre aumento de 6,45% nas ultimas 24 horas
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A DGS anunciou hoje, no seu boletim epidemiológico, o registo de 266 mortes e de 10.524 casos de Covid-19 em Portugal. O número de óbitos subiu de 246 para 266, numa subida de 8,13%, enquanto o número de infetados subiu de 9.886 para 10.524, um aumento de 6,45%. Já o número de casos recuperados subiu de 68 para 75. Há atualmente um total de 81.087 casos suspeitos, dos quais 5.518 aguardam resultados das análises. 65.045 testes deram negativo. A...
A DGS anunciou hoje, no seu boletim epidemiológico, o registo de 266 mortes e de 10.524 casos de Covid-19 em Portugal. O número de óbitos subiu de 246 para 266, numa subida de 8,13%, enquanto o número de infetados subiu de 9.886 para 10.524, um aumento de 6,45%. Já o número de casos recuperados subiu de 68 para 75. Há atualmente um total de 81.087 casos suspeitos, dos quais 5.518 aguardam resultados das análises. 65.045 testes deram negativo.

A PANDEMIA EM PORTUGAL

O primeiro-ministro admitiu ontem que podem não ter sido contabilizados todos os casos de infeção por coronavírus nas mortes registadas em março, acima do expectável. António Costa deu uma entrevista à Rádio Renascença onde abordou os vários pontos de impacto da pandemia em Portugal e apelou à Europa para não desistir de si própria. 

A Universidade de Oxford diz que as medidas para contenção do surto adotadas em Portugal foram das mais rápidas na UE, enquanto Itália, Espanha e França foram dos que demoraram mais a reagir. Já o Imperial College estimou o impacto da redução de contacto social em 202 países, sendo que os cenários para Portugal mostram que o distanciamento da população permite reduzir para um quarto o número de mortes. Num documento publicado ontem, o Conselho de Ética para as Ciências da Vida diz que as medidas tomadas pelo Governo para controlar a propagação do coronavírus são justificadas. 

Ontem, o secretário de estado da Saúde avançou que até final de abril vão chegar mais de 24 milhões de máscaras a Portugal. António Lacerda elogiou ainda a indústria nacional por apoiar o SNS. Por seu lado, a DGS alargou a recomendação de uso de máscaras cirúrgicas para a profissionais "fora das instituições de saúde”. 

As máscaras de proteção que chegaram ao Hospital de Gaia, oriundas da China, foram ontem retiradas de utilização, por suspeita de que o equipamento poderá não corresponder às exigências. O Ministério da Saúde prometeu verificar e assegurou que os equipamentos recolhidos serão substituídos. A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos alertou ontem que os hospitais do Centro e no Norte estão a ficar saturados com doentes com Covid-19 que até poderiam regressar a casa ou às instituições onde vivem, mas que não o podem fazer pelo risco de contágio. 

E ficou-se a saber que o novo coronavírus atinge de uma forma diferente homens e mulheres. Após um mês sobre o registo do primeiro caso em Portugal, verifica-se que de um total de 9.886 casos, adoeceram 5.509 mulheres e 4.377 homens. Os dados referentes à mortalidade revelam, contudo, que o sexo feminino oferece uma maior resistência ao vírus.

A PANDEMIA NA EUROPA E NO MUNDO

Segundo a Universidade John Hopkins, o número de infetados com Covid-19 no continente americano praticamente triplicou na última semana, subindo de 115 mil a 312 mil, com os EUA a tornarem-se o foco da pandemia. O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças passou a aconselhar o uso de máscaras "não médicas" para combater a pandemia. 

Espanha ultrapassou ontem a Itália em número de casos confirmados de coronavírus e é já o segundo país do mundo com mais casos. No entanto, nas últimas 24 horas o país vizinho registou 809 mortes, o número mais baixo desde o sábado passado. Ontem, a Proteção Civil de Itália anunciou mais 766 mortes, passando o total a ser de 14.681 óbitos. Também ontem, o Ministério da Saúde do Reino Unido avançou o registo de mais 684 mortes entre as pessoas infetadas com a Covid-19, fazendo subir o total para 3.605. 

Depois de ter estado 40 dias sem qualquer nova infeção, Macau já conta com 33 novos casos desde meados de março. O paciente número 43 é uma mulher que esteve recentemente em Portugal. 

No Brasil a situação agrava-se. O país tem 359 mortos e 9.056 infetados pelo novo coronavírus, tendo registado um aumento de 60 óbitos e 1.146 casos confirmados. 

A OMS alertou ontem para o aumento de casos de pessoas doentes com Covid-19 mais novas que acabam nos cuidados intensivos ou por morrer, uma tendência para a qual ainda não há explicação. 

Segundo um balanço da agência France Presse, atualizado às 19h00 de ontem, a pandemia de Covid-19 já matou pelo menos 57.474 pessoas e infetou mais de um milhão em todo o mundo desde seu aparecimento.

PROGRESSOS MÉDICOS

Cientistas australianos identificaram um medicamento, o Ivermectin, que pode neutralizar o vírus da Covid-19 em menos de 48 horas. Para já os estudos foram apenas em laboratório. 

Já Portugal prepara-se para desenvolver terapêutica experimental com sangue. Não é um fármaco, mas é uma das várias opções disponíveis com que a medicina está a tentar tratar a Covid-19, passando pela colheita de plasma em doentes. Paralelamente, investigadores do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica estão a desenvolver, em conjunto, testes serológicos que permitam avaliar a imunidade da população.

IMPACTO ECONÓMICO

A Comissão Europeia admitiu ontem existir "controvérsia política” sobre a emissão das chamadas coronabonds e, apesar de garantir que "todas as opções” serão consideradas, manifestou preferência pelo crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade para fazer face à crise gerada pela atual pandemia. 

Em Portugal, a CIP apresentou ao primeiro-ministro um plano de emergência de suporte à economia, com medidas não convencionais como a transformação das garantias de Estado em incentivos a fundo perdido. 

O Governo está a apelar aos associados de retalho alimentar APED para se encontrar uma solução para o escoamento de produtos nacionais que, com o encerramento dos restaurantes por causa da pandemia, estão a sentir dificuldades nas vendas. Isto numa altura em que o aumento de consumo de bens essenciais devido ao isolamento social leva a que haja atualmente mais solicitações às fábricas, que estão a reforçar a sua produção ao limite das capacidades. 

Um inquérito realizado pela AHRESP traça um cenário negro do setor da restauração e hotelaria. 30% das empresas garantem que já não conseguira em março pagar os salários aos trabalhadores e 70% não irão conseguir pagar salários em abril, caso os apoios do Estado não cheguem a tempo. E mais de 22 mil empresas já recorreram ao regime de lay-off para evitar encerramentos e despedimentos de trabalhadores. Ao todo já são mais de 425 mil os trabalhadores em lay-off, mais do que o total de desempregados registados. 

Na próxima segunda-feira, o Presidente da República vai reunir-se com os presidentes dos cinco maiores bancos nacionais, numa videoconferência onde serão discutidos os efeitos da pandemia e os apoios que a banca poderá conceder às famílias e empresas portuguesas. 

O FMI estima, com base num primeiro cenário, que Portugal poderá perder toda a riqueza que criou nos últimos quatro anos. Para já o cenário mais adverso do Banco de Portugal aponta para uma recessão na casa dos 5%, mas os peritos do Católica Lisbon Forecasting Lab já falam de um colapso de 20% caso a paralisação da economia se prolongue por seis meses. 

Devido às restrições de circulação em tempo de pandemia, o Governo vai conceder tolerância de ponto nos próximos dias 9 e 13, no período da Páscoa, a todos os trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado. 

E por causa da aplicação destas medidas de contenção, Portugal está a emitir menos 52 mil toneladas de CO2 por dia, estima a organização ambientalista ZERO.

MERCADOS FINANCEIROS

O PSI-20 fechou a última sessão da semana com uma perda de 0,52%, depois de três dias de oscilações significativas. Na Europa o panorama não foi melhor, com o EuroStoxx 50 a fechar com uma queda de 0,95%. O FTSE 100 desceu 1,18%, o CAC recuou 1,57%, o Dax perdeu 0,47% e o italiano FTSE MIB liderou as perdas ao cair 2,67%. O IBEX de Madrid contrariou a tendência e subiu 0,11%.

Insights Report semanal sobre a COVID-19
Fonte:Com Cision
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