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Didier LONGRET, o regresso do “VELHO SENHOR”

“A manutenção é necessária por razões de segurança, mas não melhora a vida ou o grau de satisfação da família como um iPad ou uma Wii o fazem.”
25 Jul. 2016
Didier LONGRET, o regresso do “VELHO SENHOR”
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Didier LONGRET, é um dos mais experientes homens do pós-venda automóvel, depois de uma longa carreira na Tenneco, é agora uma peça chave da Triscan. Na sua passagem por Lisboa, deu-nos a conhecer as suas ideias mestras sobre o periclitante mercado da reparação / manutenção automóvel.  Como avalia o mercado pós-venda europeu? É um mercado dinâmico e altamente diversificado. Os diferentes atores que nele operam têm...
Didier LONGRET, é um dos mais experientes homens do pós-venda automóvel, depois de uma longa carreira na Tenneco, é agora uma peça chave da Triscan. Na sua passagem por Lisboa, deu-nos a conhecer as suas ideias mestras sobre o periclitante mercado da reparação / manutenção automóvel. 

Como avalia o mercado pós-venda europeu?

É um mercado dinâmico e altamente diversificado. Os diferentes atores que nele operam têm de responder diariamente, e cada vez mais rápido, às necessidades dos proprietários, ou seja, uma resposta com mais velocidade, qualidade e confiança. 
Para além disso, o mercado está a tornar-se mais complexo devido aos desenvolvimentos tecnológicos constantes. E não nos podemos esquecer que a resposta a estas exigências tem de ser dada com o menor custo possível. 
É um mercado desafiante, onde todos os participantes têm de demonstrar inovação, profissionalismo, ponderando o custo. O condutor final tem de controlar estes gastos com outras despesas como a casa, a comida, o vestuário, a escola e também as novas despesas fixas como a internet ou o telemóvel. Manter o automóvel, necessário para a sua mobilidade, implica um custo e não necessariamente uma melhoria na vida das pessoas.
A manutenção é necessária por razões de segurança, mas não melhora a vida ou o grau de satisfação da família como um iPad ou uma Wii fazem. No que diz respeito à sua estrutura, o mercado pós-venda independente é desenvolvido em muitos países através de um serviço rápido e de proximidade. Uma rede independente que se entreajuda e oferece uma resposta confiável para qualquer tipo de encomenda. 
Os distribuidores precisam de oferecer uma resposta alargada e rápida a qualquer pedido, num curto período de tempo, para todos os carros, europeus, japoneses, coreanos, e talvez em breve chineses.
Os oficinas de reparação juntam esforços com os distribuidores em formas de assossiações ou grupos (Autodistribution, Groupauto) para serem reconhecidos pelos condutores e beneficiarem de serviços, preços, informações e formação (Eurecar, Exponentia...).

Comerciantes de automóveis ou o mercado independe pós-venda, qual dos dois vai liderar?

Nos últimos 15 anos, as novas tecnologias foram usadas magnificamente em novos modelos. Estes veículos estão agora no mercado pós-venda e precisam de técnicos, equipamentos e material especial para continuarem a ser reparados. Quando estão novos e ainda na garantia muitos deles são reparados na rede de concessionários. Muitos ainda têm acesso priviligiado ao apoio técnico dos construtores.
Mas rapidamente estes veículos vão para o mercado independente, não apenas pelo factor peço mas pela proximidade, serviço e a boa relação com o reparador. Estas são realmente as mais-valias do sector pós-venda.
As oficinais reparadoras têm de ser treinadas, equipadas e beneficiar de informação e apoio tecnlógicos.
O canal da distribuição, com a ajuda dos fabricantes de peças de reposição, é organizado na Europa, e juntos implementam programas de apoio empresarial, informações técnicas e cursos de formação para reforçar o conhecimento e a experiência tecnológica do universo pós-venda.
Isto é imprescindível para oferecer o melhor serviço e tornar o mercado credível.

Existem peças agora que podem deixar de ser importantes nos próximos anos? 

Os veículos modernos requerem menos manutenção do que no passado, ou pelo menos, os intervalos são maiores. As manutenções, como a mudança de óleo e os ajustes são menos frequentes. E, pelo caminho, algumas peças substituíveis também decresceram, como as velas. 
A qualidade mínima exigida nos concessionários aumentou, e algumas peças, na teoria, podem ser "vitalícias”. 
Por exemplo, o aço inoxidável nos escapes e também os automóveis a gasóleo, contribuíram para uma quebra no mercado pós-venda. 
Aspetos legais, tais como o limite de velocidade, também reduzem o gasto de outros componentes mecânicos (amortecedores). 
Por outro lado, uma grande quantidade de novas operações tem aparecido. Mais complexas, sofisticadas e de maior valor, como a substituição do filtro catalítico, reparações na injeção a diesel do motor e nas partes de suspensão. 
A maioria destas novas operações requer mais conhecimento tecnológico e do próprio equipamento. Diagnosticar o problema tornou-se fundamental. 
Hoje, todos os automóveis são mais complexos e diversificados, incluindo os pequenos. O número de modelos e as suas opções aumentaram. A origem dos veículos é muito diferente: Europa, Japão, Coreia.  Selecionar a parte de reparação mais adequada é um processo mais complexo. 
Os negócios no mercado pós-venda estão constantemente em evolução, graças a novos sistemas de informação que conseguem assegurar a maior disponibilidade. Ou seja, obter a peça certa, na hora certa e ao preço certo. 

A crise tem impedido as pessoas de comprar carros novos, isto significa que o mercado independente pós-venda está a beneficiar desta conjuntura económica?

Em geral, a crise significa que os proprietários vão querer manter e conservar os seus carros por mais tempo e serão obrigados a repará-los para poder continuar a circular. Mas também há que manter o automóvel valorizado para mais tarde o trocar por um novo. 
Depois há que reparar o carro, conforme as leis o exigem, se querem continuar na estrada. A longo prazo isto implica um aumento das manutenções e reparos. 
Agora, por outro lado, a crise implica uma diminuição no poder de compra e nestes casos, a quilometragem também vai por água abaixo (custo do combustível, dos seguros). Isso constitui um fator negativo para o mercado de reparação. 
Desta forma, a cadeia de reparação e distribuição deve reorganizar-se e trabalhar para fortalecer o profissionalismo, para se tornar mais competitiva e reduzir custos. 
Não apenas com a finalidade de competir com os concessionários oficiais, mas para melhor satisfazer o consumidor final. 
Esta é a única forma de superar os períodos de crise e sobreviver a médio e longo prazo.

Como descreve a Triscan e quais as peças que a empresa está disposta a vender em Portugal?

A Trican A/S fornece uma ampla gama de peças de substituição da mesma qualidade que um concessionário para a frota de veículos europeia. 
A Triscan vende para grandes distribuidores europeus, programas completos de travagem, suspensão e peças de chassis, motor e refrigeração. A Triscan é altamente especializada em cabos de travagem, termóstatos, gas springs, tubos de travão.
Os produtos Triscan são montados nos carros mais populares e na área pós-venda trabalhamos com os mais conhecidos: Monroe, Gates, LuK, INA, Motorad. 
As normas para a seleção de fornecedores e os testes de produtos são estabelecidos pela área da qualidade e implicam testes comparativos da composição do material, resistência, e desgaste. Os testes são realizados em parceria com centros independentes. 
Os programas e sistemas da Triscan são desenvolvidos e projetados para aumentar a eficiência e garantir a disponibilidade no mercado livre pós-venda. 
Estamos em negociações com importantes distribuidores para introduzir a nossa gama de produtos no mercado português. Em breve vamos dar a conhecer os próximos passos.

Didier LONGRET é actualmente Director de Vendas & Marketing da Triscan A/S para França, Espanha, Itália, Portugal e Norte de África.
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