Home / Entrevistas / “A falta de cuidados traduz-se em problemas futuros”
PUB

“A falta de cuidados traduz-se em problemas futuros”

David Kaiser, da LIQUI MOLY, sabe que a tecnologia híbrida comporta riscos para o motor de combustão interna integrado.
26 Out. 2017
“A falta de cuidados traduz-se em problemas futuros”
PUB
Os veículos com propulsão híbrida reúnem duas fontes de energia diferentes num só carro: um motor elétrico e um motor de combustão interna. Ao contrário do que acontece nos veículos convencionais, que funcionam exclusivamente a gasolina ou a gasóleo, o motor de combustão interna de um veículo híbrido funciona apenas em determinadas situações e, muitas vezes, com uma carga baixa. David Kaiser, diretor da unidade de Investigação e...
Os veículos com propulsão híbrida reúnem duas fontes de energia diferentes num só carro: um motor elétrico e um motor de combustão interna. Ao contrário do que acontece nos veículos convencionais, que funcionam exclusivamente a gasolina ou a gasóleo, o motor de combustão interna de um veículo híbrido funciona apenas em determinadas situações e, muitas vezes, com uma carga baixa. David Kaiser, diretor da unidade de Investigação e Desenvolvimento do especialista alemão em óleos e aditivos LIQUI MOLY, explica quais são os problemas decorrentes desta tecnologia e como condutores e oficinas podem evitá-los.

As exigências colocadas ao motor de combustão interna de um veículo híbrido são muito diferentes das de um veículo convencional?
David Kaiser: Num veículo híbrido, o motor de combustão interna não está em funcionamento permanente. Ao arrancar, no trânsito urbano e em trajetos curtos, a energia provém da propulsão elétrica. O motor de combustão interna só entra em ação em percursos longos, a partir de velocidades médias ou no caso de as baterias estarem vazias. Resumindo, é um perfil de condução muito simples.

Mas percursos de longa distância provocam menos desgaste do que percursos curtos, não é?
David Kaiser:
Isso é verdade. Em comparação com os automóveis convencionais, os veículos híbridos têm uma autonomia consideravelmente menor, revelando as suas potencialidades em percursos curtos e de média distância. Por isso, o motor de combustão interna normalmente só entra em ação por breves períodos. Isto é bom para o ambiente, mas mau para o motor.

Porquê?
David Kaiser:
Devido ao baixo consumo dos híbridos, o combustível permanece durante mais tempo no depósito, envelhecendo mais. A qualidade da gasolina e do gasóleo altera-se quando em contacto com o ar ou, mais especificamente, com o oxigénio, a humidade e a temperatura do ar. Isto piora o comportamento de arranque a frio, bem como o comportamento de condução durante a fase de aquecimento do motor que, no caso dos veículos híbridos, é mais longa. Tudo isto sujeita os combustíveis a um processo natural de envelhecimento e oxidação. A mistura de oxigénio oxida o combustível, o que pode provocar resíduos. Assim, em termos gerais, as propriedades do combustível pioram. Em casos extremos, o motor não é capaz de utilizar o combustível.

Que medidas é possível tomar, como condutor, para evitar esse processo?
David Kaiser:
A qualidade do combustível pode ser estabilizada com aditivos. A LIQUI MOLY desenvolveu um aditivo especial para veículos híbridos. Uma das tarefas do aditivo é retardar o processo de envelhecimento da gasolina, mantendo, assim, uma qualidade estável.

Os resíduos de que falou também podem causar problemas no depósito?
David Kaiser:
As condições necessárias para que um motor funcione corretamente são óleo de motor, eletricidade, ar, líquido de refrigeração e combustível. Se um destes componentes estiver comprometido, o motor pode falhar. Resíduos no depósito podem entupir o filtro de combustível. Mas essa quantidade de sedimentos só se forma em casos excecionais. O problema principal dos resíduos é outro.

Qual exatamente?
David Kaiser:
Os veículos híbridos reúnem os mais recentes desenvolvimentos da tecnologia de motores. Estes agregados modernos e eficientes exigem combustível com a máxima qualidade. O perigo de se formarem resíduos no sistema de injeção é grande, precisamente durante o funcionamento irregular e breve do motor de combustão interna. Esses resíduos prejudicam o padrão de pulverização e a queima do combustível, o que, em última análise, se traduz numa potência do motor inferior. O combustível não consumido pode misturar-se com o óleo de motor e diluí-lo. Por isso, um sistema de combustível limpo é muitíssimo importante.

Como podemos manter o sistema limpo?
David Kaiser:
Um funcionamento estável e constante ajuda muito, mas não é a única solução e, nos motores de combustão interna de veículos híbridos, é realmente uma exceção. Os agentes de limpeza especiais incluídos no nosso Hybrid Additive dissolvem sedimentos existentes e evitam que se formem novos resíduos pegajosos, semelhantes a tinta ou resina. Isto significa que é possível utilizar o aditivo como prevenção ou em caso de já existirem problemas. Para prevenir, é necessário juntar, regularmente, o aditivo à gasolina no depósito.
PUB  
PUB  
PUB