Home / Entrevistas / PEDRO PINHEIRO, Managing Director SAFETYKLEEN IBERIA
PUB

PEDRO PINHEIRO, Managing Director SAFETYKLEEN IBERIA

“Tal como para as empresas de desmantelamento de veículos de fim-de-vida, conseguem produzir valor através dos resíduos produzidos, o mesmo princípio pode transpor-se para a oficina”.
06 Mar. 2016
PEDRO PINHEIRO, Managing Director SAFETYKLEEN IBERIA
PUB
1. As empresas estão mais motivadas para o cumprimento das obrigações ambientais? Considera que o sector da reparação automóvel é dos mais cumpridores da legislação ambiental? PP – O Dossier ambiente está na primeira página da ordem do dia, é uma, das maiores obrigações legais e sociais de uma empresa, mas penso que ainda estamos aquém do ideal, para o nosso tecido empresarial. O sector automóvel pela sua...
1. As empresas estão mais motivadas para o cumprimento das obrigações ambientais? Considera que o sector da reparação automóvel é dos mais cumpridores da legislação ambiental?

PP – O Dossier ambiente está na primeira página da ordem do dia, é uma, das maiores obrigações legais e sociais de uma empresa, mas penso que ainda estamos aquém do ideal, para o nosso tecido empresarial. O sector automóvel pela sua exposição, é mais visível a aplicação das exigências ambientais que têm vindo a ser expressas na lei, no entanto, o sector automóvel não deixa de ser o reflexo do que se passa em todo o tecido empresarial. Há exemplos de excelência, há exemplos de transição (este representará a grande maioria das empresas) e há ainda os que não cumprem minimamente e nem revelam qualquer preocupação com este assunto.      

2. Considera que a legislação é adequada ao sector da reparação? Estamos a falar de micro e pequenas empresas.

PP – Nas ultimas décadas, e em toda a Europa, a gestão de resíduos tem tido progressos consideráveis.   Partindo do princípio que a nossa legislação decorre de uma normativa Europeia, teremos que considerar que no seu todo, estará objectivamente adequada às necessidades de um pais desenvolvido e que respeita o ambiente. Pelo que, no sentido da competitividade é equitativo a todos os sectores.   
3. Quais são as principais preocupações da Safetykleen na relação com o mercado como empresa prestadora de serviço na área do ambiente?
 
PP – Conseguir ter uma conotação de empresa prestadora de um serviço sério, de qualidade e que cumpre escrupulosamente com todos os requisitos legais necessarios e expressos na lei. Sermos percebidos como uma empresa inovadora pela diversidade de serviços e soluções que oferecemos, específicamente ao sector automóvel. Trabalhamos para ser uma referência, procuramos oferecer um serviço global cada vez mais abrangente a toda a area ambiental. Pretendemos que os nossos clientes confiem em nós, e sejam os nossos confidentes. Procuramos diferenciar-nos constantemente atraves de uma oferta dinamica e que se reavalia constantemente.

Temos uma característica unica e que nos distingue, a fusão entre o comercial e o técnico que realiza o serviço nas suas visitas regulares aos  nossos clientes. Podemos encontrar no mercado uma boa abordagem comercial, sabemos que isso pode ter influência na decisão do cliente, mas o mais importante é a continuidade, a fiabilidade a relação duradoira e o seu acompanhamento. É precisamente este aspecto que mais valorizamos e onde nos consideramos mais capazes.
Queremos ser vistos no mercado como uma empresa parceira dos seus clientes e que os ajuda no cumprimento das principais obrigações legais, libertando-os para que se dedicarem naquilo que sabem fazer melhor - o seu negócio.

4. Qual a política da Safetykleen na gestão de pessoas e na relação com os clientes.

PP –
O Cliente é o centro das nossas atenções, como tal, contamos com operacionais multifacetados: com uma boa formação comercial e de legislação ambiental, capazes de dar resposta com soluções mais adequadas e vantajosas às necessidades do Cliente. Promovemos o contacto com o cliente, é exemplo disso a autonomia que têm para decidir no momento das visitas, a recolha de quantidades reduzidas, como é o caso da recolha de ½ recipiente com valor ajustado à quantidade recolhida, ou a celebração de novos contratos no momento, para mais tipos de resíduos, assegurando a entrega de toda a documentação e suporte administrativo legal. 

5. O que fazem para se manterem actualizados quanto às necessidades do mercado?

PP – Através do constante contacto dos nossos comerciais e técnicos no dia a dia junto do mercado, obrigatoriamente essa acção leva à procura de soluções mais ajustadas. Investimos muito na formação dos nossos técnicos, por forma a facilitar a interecção com os clientes, criando uma maior dinâmica entre ambas as partes. Isto confere-nos a capacidade de sermos flexíveis e nos adaptarmos às necessidades do mercado.
6. Quanto custa a gestão ambiental às empresas?

PP –
Na optima só da gestão dos resíduos perigosos, variável em função do volume de trabalho da oficina, estimamos um valor médio que anda na ordem dos 1,00€ a 2,00€ por entrada de viatura. Estamos a falar de valores médios, logo cada caso é um caso que terá que ser avaliado em concreto.          

7. Que medidas pensa que podem ser adoptadas para reduzir os custos das empresas?

PP –
Temos vindo a passar aos nossos clientes que os resíduos, economicamente falando, têm valor. Uma boa gestão dos resíduos, entregando os resíduos mais valorizáveis, estes podem atingir valores de receita  consideráveis, reduzindo assim os custos de gestão dos resíduos perigosos. Uma boa gestão dos resíduos valorizáveis, sem fugas ou desvios, podem contribuir para uma facturação positiva para o produtor do resíduo.
Tal como para as empresas de desmantelamento de veículos de fim-de-vida, conseguem produzir valor atraves dos residuos produzidos, o mesmo princípio pode transpor-se para a oficina, é um exercício muito simples que pode ser colocado no seu dia à dia.  

DECRETO-LEI Nº196/2003 REGIME APLICÁVEL À GESTÃO DE VEÍCULOS EM FIM DE VIDA (VFV)
«Valorização» qualquer das operações aplicáveis
aos VFV e seus componentes previstas no
anexo II-B da Decisão n.o 96/350/CE, da Comissão
Europeia, de 24 de Maio;
OPERAÇÕES DE VALORIZAÇÃO
R 4 Reciclagem/recuperação de metais e de ligas
R 8 Recuperação de componentes de catalisadores
R 9 Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos

É uma questão de pôr em pratica o princípio ambiental do volume de resíduos produzidos de uma forma segregada, criando a tendencia de obtenção de uma valorização mais tarde, seguindo este princípio os resíduos que hoje não são valorizaveis podem-no ser no futuro. Existem empresas que estão constantemente à procura de mais e melhores formas de reutilização e reciclagem. Faz parte das novas metas para a gestão de resíduos trazidas com o novo Diploma sobre a gestão de resíduos.

DECRETO-LEI Nº73/2011 DE 17 DE JUNHO DE 2011

Novas metas para a gestão de resíduos.
Com o objectivo de fomentar a reutilização, reciclagem e outras formas de valorização dos resíduos, pretende-se que, até 2020:
Resíduos urbanos (papel, cartão, vidro, plástico, etc.) reutilizados e reciclados aumente para 50%.
Resíduos reutilizados, reciclados e sujeitos a outras formas de valorização aumente para 70%.
Na gestão de resíduos é dada prioridade à redução, reutilização e reciclagem.    
Tanto por uma preocupação ambiental como económica, é da responsabilidade de todos fazer uma gestão correcta dos resíduos produzidos, e isso passa pela formação das pessoas desde o ponto da produção do resíduo. Com práticas que visem a minimização dos resíduos, passando pela sua separação, e até à sua gestão por empresas especializadas, como é o caso da Safetykleen.        

Esta é a razão da nossa mais recente aposta, que são as Acções de Formação de Gestão de Resíduos, integrado no serviço de Assessoria da Safetykleen. É uma formação certificada que não só conta para o previsto na lei (Decreto-Lei nº7/2009), como também consideramos ser uma ferramenta de valorização e credibiliza os nossos clientes. Trabalhar em colaboração com pessoas informadas promove a busca por soluções com maiores benefícios para ambas as partes. É esse o nosso caminho, formar, informar e servir. Clientes esclarecidos valorizam mais o trabalho do seus fornecedores.   

8. Concorda com as medidas propostas pela ANECRA, como seja uma taxa de gestão de resíduos a incluir nas facturas aos clientes?

PP – Sim, sem dúvida, porque tem que se aplicar o princípio da transparência e da equidade entre os operadores, ficando assim legítimo exigir-se o escrupuloso cumprimento da legislação ambiental por parte de todos os operadores, neste caso de todo o sector. Elimina-se o efeito de custo para as empresas passando a ser gerido na optica da Despesa e Receita. Esta medida com uma boa implementação e fiscalização, resolveria em grande medida muitos dos problemas ambientais que se associam ao sector.

PUB  
PUB  
PUB