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A indústria automóvel ibérica reclama a sua posição como sector estratégico da economia, na XXXI Cimeira Ibérica

É necessário um compromisso e uma estratégia, de ambos os países, para fazer face à recuperação da produção e da procura, afetadas pela COVID-19.
08 Out. 2020
A indústria automóvel ibérica reclama a sua posição como sector estratégico da economia, na XXXI Cimeira Ibérica
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As principais Associações de Construtores de Automóveis e de Componentes em Espanha, ANFAC (Asociación Española de Fabricantes de Automóviles y Camiones) e SERNAUTO (Asociación Española de Proveedores de Automoción), e em  Portugal, ACAP (Associação Automóvel de Portugal) e AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel), aproveitaram a oportunidade da realização da XXXI Cimeira Ibérica,  que irá decorrer...
As principais Associações de Construtores de Automóveis e de Componentes em Espanha, ANFAC (Asociación Española de Fabricantes de Automóviles y Camiones) e SERNAUTO (Asociación Española de Proveedores de Automoción), e em  Portugal, ACAP (Associação Automóvel de Portugal) e AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel), aproveitaram a oportunidade da realização da XXXI Cimeira Ibérica,  que irá decorrer na Guarda (Portugal) a 10 de outubro, para destacar o valor do setor automóvel como instrumento estratégico de Espanha e Portugal, no sentido de alcançar os objetivos de recuperação económica dos dois países. Solicitam, assim, um maior compromisso, por parte dos governos de ambos os países, para definir uma estratégia que garanta a viabilidade sustentável da indústria automóvel na sua transformação para uma mobilidade sustentável, livre de emissões.

Na declaração conjunta assinada pelos presidentes de cada uma das associações automóveis luso-espanholas destaca-se o momento crucial que o setor está a passar, com o processo de reindustrialização, para fazer face aos desafios da descarbonização e digitalização que surgem para fazer face à nova indústria da mobilidade. Tudo isto, no contexto do forte impacto económico e industrial da crise COVID-19 no sector, o qual veio estabelecer novos objetivos, a curto prazo, de recuperação da procura e da produção. Por conseguinte, as Associações consideram necessário o trabalho conjunto e o compromisso das administrações e governos, com os principais representantes do sector, para restabelecer os níveis pré-crise e liderar esta transformação, garantindo que o sector automóvel ibérico possa manter a sua relevância e liderança no futuro.

A indústria automóvel é um importante setor estratégico para a economia e o emprego na região ibérica, responsável por 11% do PIB espanhol e 6% do PIB português e representando 9% de emprego em relação à população ativa em Espanha e 12% em Portugal. Tendo em conta o próximo Plano Europeu de Recuperação, o sector automóvel necessita de uma dotação financeira significativa para garantir não só a recuperação aos níveis pré-crise, mas também um maior crescimento sustentável para reforçar o seu papel como motor para os outros sectores da nossa economia.

Por esta razão, as Associações do sector solicitam aos governos português e espanhol para criarem um quadro, mais estreito, de cooperação e colaboração face às políticas europeias relacionadas com o automóvel para, assim, impulsionar a competitividade da indústria. Além disso, solicitam que sejam tomadas ações bilaterais, para responder às necessidades do sector e promover uma estratégia com instrumentos específicos em matérias económicas, laborais, regulamentares e de investimento que deem um forte apoio à indústria automóvel, em linha com a sua importância para a economia ibérica e o seu papel de importante motor da recuperação económica.

Como salienta a declaração conjunta, o sector automóvel está imerso num processo de transformação para uma nova mobilidade que deve ser mais eficiente, sustentável e acessível. Por conseguinte, é necessário estabelecer as bases para a construção de uma estratégia e de um plano de ação que responda à transição para a mobilidade de emissões zero através de incentivos financeiros e não financeiros, renovação do parque circulante com a criação de um Plano de Incentivos ao Abate, desenvolvimento de uma poderosa infraestrutura de recarga, apoio ao desenvolvimento e implementação de condução autónoma e conectada, um roteiro coerente para o desenvolvimento de futuras normas de emissões de CO2 e um quadro regulamentar homogéneo para o transporte de bens entre os dois países. Isto, em consonância com os objetivos de transformação ambiental e digital da União Europeia, permitindo que a indústria automóvel em Espanha e Portugal se mantenha na vanguarda desta transformação.

José Vicente de los Mozos, Presidente da ANFAC, destacou que "estamos num momento crucial da história do automóvel. Perante os novos desafios, marcados pela pandemia, mas também pela nova mobilidade do futuro, temos de aproveitar a recuperação para impulsionar a indústria em Espanha e Portugal, aumentar a nossa competitividade. O polo ibérico deve ser posicionado como um destino atrativo para os investimentos industriais, mas só o conseguiremos com o compromisso de todos: governos, administrações, câmaras municipais, agentes sociais e sociedade. É por isso que pedimos, em conjunto enquanto sector, este trabalho conjunto para a competitividade e o futuro da indústria automóvel ibérica, tanto a nível bilateral como nas políticas europeias."

María Helena Antolín, Presidente da SERNAUTO, sublinhou que "Espanha tem um ecossistema altamente inovador e competitivo, composto por mais de 1.000 fornecedores de automóveis e centros tecnológicos de classe mundial. A sua capacidade tecnológica permitiu- nos atrair todo o tipo de projetos. Entre todos, temos de garantir as melhores condições de trabalho, fiscal, energética e logística para continuar a atrair investimentos para o nosso país. Uma vez que a concorrência é global, posicionarmo-nos como líderes é uma necessidade imperativa para o mercado ibérico"

José Ramos, Presidente da ACAP, afirmou que "é de importância crucial, para o nosso setor, que o governo português implemente um plano de incentivo ao abate de veículos antigos. O nosso parque circulante é um dos mais velhos da Europa, e este plano é muito importante para se alcançar a redução das emissões de CO2, contribuindo assim para a descarbonização da economia"

José Couto, Presidente da AFIA, destacou que "a indústria automóvel tem uma relevância importante tanto para as economias de Portugal como para Espanha, devido à sua capacidade de exportação, à criação de empregos qualificados, ao valor acrescentado e ao efeito catalisador noutros setores, nomeadamente enquanto motor da capacidade competitiva do ecossistema científico. Por isso, é fundamental estabelecer um quadro que garanta uma transformação cuidadosamente gerida para alcançar com sucesso a descarbonização e a digitalização da economia."
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