Segundo um inquérito do INE, as empresas portuguesas perspetivam um aumento nominal de 3,7% do investimento realizado em 2019. Este valor revela uma melhoria da conjuntura económica em Portugal e oferece robustez às perspetivas de crescimento económico para o próximo ano de 2020. Contudo, e apesar da boa conjuntura, as micro e pequenas empresas continuam com dificuldades em investir. E muito devido à falta de...
Segundo um inquérito do INE, as empresas portuguesas perspetivam um aumento nominal de 3,7% do investimento realizado em 2019. Este valor revela uma melhoria da conjuntura económica em Portugal e oferece robustez às perspetivas de crescimento económico para o próximo ano de 2020. Contudo, e apesar da boa conjuntura, as micro e pequenas empresas continuam com dificuldades em investir. E muito devido à falta de financiamento. O inquérito do INE revela ainda que as micro e pequenas empresas estão incapazes de investir no atual ciclo económico (em comparação com empresas de maior dimensão). Esta situação já dura desde 2018 e é particularmente preocupante dado que estas empresas representam cerca de 40% do emprego em Portugal. O inquérito identifica 3 principais fatores que limitam o investimento das micro e pequenas empresas: • deterioração das perspetivas de vendas (2017 e 2018 foram anos muito bons); • incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos; • fraca capacidade de autofinanciamento - o que faz com que precisem de obter financiamento externo, o que nem sempre é fácil. É mais fácil investir quando a economia está a crescer De acordo com o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), o crescimento económico no 3º trimestre deverá fixar-se nos 2,0%. Este valor representa uma aceleração da economia face ao verificado no 1º e 2º trimestre de 2019. Mas o financiamento bancário continua muito focado no curto-prazo… o que dificulta o investimento. De acordo com o Banco de Portugal, as empresas nacionais continuam muito dependentes do financiamento de curto-prazo (prazos até 1 ano). Este foco no curto-prazo tem um efeito prejudicial nos novos investimentos e no crescimento da economia - em particular das empresas mais pequenas. Atualmente, apenas 9% dos novos empréstimos bancários têm um prazo superior a 1 ano (ou seja, são adequados para a realização de investimentos). Nos empréstimos de longo-prazo, a maioria dos bancos exige uma garantia do Estado (através da Lisgarante, Norgarate, Garval ou Agrograrante), o que torna os processos mais demorados e burocráticos. Quando não existem apoios do Estado, o financiamento bancário vem no formato de contas correntes, livranças ou contas de pré-datados/factoring. Alguns destes mecanismos obrigam a renovações recorrentes que muitas vezes acarretam custos, tempo e disponibilidade de gestão. |