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Mercado de usados mantém-se abaixo de 2019

No caso dos veículos novos, o Standvirtual identifica uma intenção de compra de cerca de 33% por veículos eletrificados, que se traduz em 40% de compras efetivas destes veículos na categoria de ligeiros de passageiros, em fevereiro, segundo a ACAP.
10 Mar. 2022
Mercado de usados mantém-se abaixo de 2019
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• A transferência de propriedade teve um crescimento de +19% em janeiro de 2022, em comparação com o período homólogo de 2021, mas estes dados têm de ser analisados no contexto de um fevereiro muito negativo no ano passado, devido ao confinamento. Face a 2019, a quebra é de -23%, o que significa que o mercado ainda está em recuperação.• O preço médio praticado pelos vendedores profissionais continua a subir, o que se...
A transferência de propriedade teve um crescimento de +19% em janeiro de 2022, em comparação com o período homólogo de 2021, mas estes dados têm de ser analisados no contexto de um fevereiro muito negativo no ano passado, devido ao confinamento. Face a 2019, a quebra é de -23%, o que significa que o mercado ainda está em recuperação.
O preço médio praticado pelos vendedores profissionais continua a subir, o que se relaciona com a escassez de produto, fixando-se em cerca de 21.500€. 
Ainda assim, estabilizam os preços de alguns modelos mais representativos no Standvirtual, com 50 mil quilómetros e a diesel. O custo do Renault Clio, que aumentou a partir de meados de 2021, mantém-se estável desde setembro nos 16.000€. Em fevereiro, parece também estabilizar o preço do Mercedes-Benz A180 (30.000€), assim como do Nissan Qashqai (23.000€) e do Renault Megane Sport Tourer (21.000€). Estes valores são, no entanto, 15% a 20% superiores comparativamente ao início de 2021. 
O problema da escassez mantém-se, com menor representatividade de carros abaixo dos 10 mil euros (próxima de 15% de share de anúncios), enquanto os veículos acima de 20 mil euros estão acima dos 40% da quota de mercado (na mesma altura de 2020 era cerca de 30%). Carros entre os 10 e os 20 mil euros mantêm-se com uma quota ligeiramente superior a 40%. 
Segundo dados fornecidos pela BCA, os preços mantém-se elevados ao nível do B2B, com o ponto mais alto a registar-se em janeiro e ligeira descida em fevereiro, com aumento de preços para o consumidor final.
Na secção de veículos novos do Standvirtual, os SUV representam cerca de metade da procura (49%), seguidos pelos utilitários (14%) e citadinos (14%). No que diz respeito às intenções de compra por combustível, a gasolina representa 46%. Os veículos eletrificados reúnem 33% da procura, percentagem que inclui os elétricos (14%), já quase ao nível da procura por diesel (19%).
Segundo dados da ACAP, verifica-se um aumento de +32% no mercado de novos (ligeiros e pesados) em fevereiro face ao mesmo mês de 2021. No entanto, no ano passado este mês foi significativamente, o que justifica o crescimento. Ao fazer a comparação com 2020, a quebra é de -43%. A nível acumulado, em 2022 há uma recuperação de +13% face ao ano anterior. Energias alternativas (veículos eletrificados e a GPL) representam 40% dos veículos ligeiros de passageiros novos em fevereiro.

O Standvirtual realizou um Webinar para apresentar o barómetro do mercado automóvel, em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). O evento online contou com o contributo de Ricardo Oliveira (Fundador da World Shopper); Luís Malhado (Gerente da Almadagar); Manuel Mota (Diretor de Operações da Cardan), Maria Neffe (Departamento Económico Estatístico ACAP); além de Daniel Rocha (Diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual), Pedro Soares (Diretor Comercial do Standvirtual) e Nuno C. Branco (Diretor Geral do Standvirtual). O webinar teve como principal objetivo divulgar os números do mercado automóvel e analisar os temas mais relevantes, nomeadamente a mobilidade elétrica.

O Fundador da World Shopper, Ricardo Oliveira, comenta que "há 10 anos que estudamos a mobilidade elétrica e estreámos o programa Viver Elétrico, para educar o mercado sobre este tipo de mobilidade. Para se vender massivamente veículos elétricos é necessário que as pessoas saibam o que significa viver diariamente com estes carros. Os maiores receios na transição energética são o preço; o desenvolvimento da infraestrutura de carregamento; a compreensão da forma de consumo e tempo de carregamento destes veículos; os custos de carregamento; além da fiabilidade da bateria e preço da sua substituição”. 

Manuel Mota, Diretor de Operações da Cardan, menciona que "os veículos eletrificados representam 25% das nossas vendas. A evolução deste mercado depende de fatores externos, como políticos, no que diz respeito a investimentos e infraestruturas. Mas também depende das marcas, que numa altura de escassez de produto privilegiam a entrega deste tipo de viaturas. Nos usados, a procura por veículos eletrificados não é tão evidente e há um delay. Os receios que existem sobre estes veículos, nos eletrificados usados são ainda maiores, como o valor residual ou o estado da bateria. Há muito receio ainda em comprar usado, mas é uma questão de tempo”.

No caso de Luís Malhado, Gerente da Almadagar, "30% do stock são veículos eletrificados e tenho falta de stock destes carros. Não penso que seja o futuro, mas sim uma opção de futuro. Vamos passar por outras vertentes, mas possivelmente durante uns anos a solução serão os elétricos. Se planearmos bem a utilização destes carros, há muitas vantagens, por exemplo as portagens e os carregamentos são mais baratos [na margem sul], ou estacionamento em Lisboa sem ser pago”. Ainda assim, apesar de reconhecer que as pessoas já são mais informadas, "têm ainda muitas dúvidas e é importante transmitir bem a informação ao cliente final”. 
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