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Mercado de usados sobe

Ainda assim, os valores estão abaixo dos registados em maio de 2019, numa fase pré-covid, com uma queda de 16% relativamente a esse período.
08 Jul. 2021
Mercado de usados sobe
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MERCADO DE USADOS REGISTA AUMENTO DE 25% EM MAIO FACE AO PERIODO HOMÓLOGO Principais conclusões: • Os primeiros cinco meses do ano 2021 têm quebra de -17% no registo de propriedade, ligeiramente melhor que 2020 (-21%) mas ainda abaixo de 2019. • Pressão da procura sobre a oferta continua a originar aumento de preços nas viaturas usadas, neste momento com um acréscimo de 4% em relação a janeiro deste ano. A subida do preço...
MERCADO DE USADOS REGISTA AUMENTO DE 25% EM MAIO FACE AO PERIODO HOMÓLOGO

Principais conclusões:

Os primeiros cinco meses do ano 2021 têm quebra de -17% no registo de propriedade, ligeiramente melhor que 2020 (-21%) mas ainda abaixo de 2019. 
Pressão da procura sobre a oferta continua a originar aumento de preços nas viaturas usadas, neste momento com um acréscimo de 4% em relação a janeiro deste ano. A subida do preço médio deve-se, agora, não só à escassez de viaturas de até 10.000€, mas também de viaturas no segmento seguinte, isto é até aos 20.000€, disponíveis no mercado.
No que respeita ao mercado de novos (ligeiros e pesados), face a junho de 2020, regista-se um crescimento de 62,5%. Já o mercado de motociclos, triciclos e quadriciclos registou uma quebra pouco significativa de 0,4% no período referido.

Lisboa, 07 de julho de 2021 – O Standvirtual realizou um Webinar para apresentar o seu habitual barómetro do mercado automóvel, desenvolvido em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). O evento online contou com o contributo de algumas figuras destacáveis do setor, tais como Nuno Castel-Branco (Diretor Geral do Standvirtual), António Cavaco (Diretor do Departamento Económico e Estatístico da ACAP), Paulo Moreira (Administrador da Carplus), Manuel Berger (Global Head of Car Supply Carnext), Fernando Silva (Diretor de Frota da Hertz) e Manuel Assis Teixeira (Administrador Delegado da BCA Portugal), além de Pedro Soares (Diretor Comercial) e Daniel Rocha (Diretor de Estudos e Planeamento) do Standvirtual. O webinar teve como principal objetivo divulgar os números e analisar a dificuldade de abastecimento do mercado.

Para além das conclusões já referidas, o painel de convidados debruçou-se mais uma vez sobre a escassez de produto e consequente aumento dos preços, assim como sobre a forma de fazer negócio atualmente, nomeadamente sobre a evolução do processo de compra online. Assim, Paulo Moreira, Administrador da Carplus, começa por referir que a procura se mantém e até cresce, mas haverá falta de viaturas nos próximos meses. Faz ainda ressalva às mudanças geradas pela revolução digital, salientando que "desde que chegou a pandemia que os hábitos de compra mudaram e mudaram para sempre. Cada vez temos mais clientes a quererem optar por recorrer a processos de compra totalmente via digital”, acrescentando que "a tendência click to buy já é uma realidade no nosso mercado, no entanto ainda não é um processo fácil.” 

No que toca à temática da falta de abastecimento, Manuel Assis Teixeira, Administrador Delegado da BCA Portugal, avança que "há cada vez menos produto disponível, e isso é inquestionável. No entanto temos sentido nos últimos meses um bom aumento do número de comerciantes, principalmente daqueles que já não conseguem abastecimentos nas suas fontes normais e tradicionais”. "Na BCA temos três leilões semanais online e, apesar de haver alguma escassez, nós ainda conseguimos apresentar uma média de 100 a 150 viaturas novas, pois contamos com parceiros de grande dimensão e que continuam a colocar bastantes carros na BCA.” Ainda assim, antecipa que "os próximos meses estão a gerar algum sentimento de intranquilidade, pois enquanto líderes de mercado precisamos de conseguir abastecer os comerciantes que nos procuram, e se o produto escassear vamos ter de arranjar novas soluções”, como por exemplo a importação de veículos, ainda que a dificuldade neste campo de mantenha no estrangeiro, onde também há menos carros novos para dar origem ao trade in.

Manuel Berger, Global Head of Car Supply Carnext, menciona que "para já diria que sentimos uma redução no abastecimento entre os 20% e os 30%”, aproveitando para explicar que "se tem vindo a verificar uma mudança no mercado no que diz respeito, principalmente, aos fins de contrato lease plan. Notamos que no início existiram rescisões antecipadas, fenómeno que hoje em dia não existe, o que está a acontecer é as grandes frotas estarem a adiar renovações.” No entanto, explica que "felizmente há uma fatia grande de clientes que são as PME’s e esses clientes estão a renovar. Têm alguns atrasos de entregas de veículos novos, mas de modo geral continua a existir um fluxo de de-fleet mensal regular, o que para nós assegura o fornecimento tanto para o comércio como para o retalho.” Segundo o orador, o sul da Europa é a região mais afetada com a falta de viaturas usadas que vinham das Rent a Car, por ser altamente dependente do turismo.

No que toca aos negócios de Rent a Car, Fernando Silva, Diretor de Frota da Hertz, destaca precisamente que "com a queda do turismo resultante da pandemia da covid-19, as vendas da Rent a Car sofreram uma grande queda, na medida em que procurámos planear o ano de 2021 de forma conservadora. Enquanto que em 2019 contámos aproximadamente com 90.000 carros, em 2021 contamos com apenas 50.000. É uma diferença significativa.” Já em termos de tipologia de carros refere que "a escassez de abastecimento de produtos traz carros mais antigos, mas não necessariamente com mais quilómetros uma vez que devido aos consecutivos confinamentos a pessoas reduziram significativamente as suas deslocações”. 

Por fim, Pedro Soares, Diretor Comercial do Standvirtual, explica que "houve menos vendas a consumidor final de novos, o que significa menos trade ins e o facto de existir esta redução de trade ins resulta num mercado de usados com menos hipóteses de se abastecer”. Chama ainda à atenção para os efeitos da falta de abastecimento nos Mega Dealers dizendo que "a quebra foi imediata. Registaram entre os 20 e os 30% de quebra de stock”. As soluções sugeridas para o abastecimento de usados podem passar pela importação, ainda que não resolva o problema a 100%, carros das Rent a Car ainda que com maior desgaste e preços mais elevados, recurso à BCA, apesar da escassez afetar também os leilões, e apostar no C2B. Termina reforçando que "neste momento há que dobrar as equipas de compras, há que não ter medo de pagar porque com esta quebra os preços vão inevitavelmente continuar a subir”.
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