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Associações reagem ao comentário do Ministro do Ambiente

"Como disse Mark Twain 'Parece-nos que as notícias sobre a morte do diesel são manifestamente exageradas' ".
31 Jan. 2019
Associações reagem ao comentário do Ministro do Ambiente
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Posição da ARAN sobre as afirmações do Ministro do Ambiente "A Associação Nacional do Ramo Automóvel, reage à reafirmação do Ministro do Ambiente, de que "até 2030, um terço dos automóveis ligeiros que circulam em Portugal serão automóveis elétricos”. Matos Fernandes acredita que "daqui a quatro ou cinco anos um veículo elétrico custará provavelmente menos do que custa um veículo a combustão”. "A...
Posição da ARAN sobre as afirmações do Ministro do Ambiente

"A Associação Nacional do Ramo Automóvel, reage à reafirmação do Ministro do Ambiente, de que "até 2030, um terço dos automóveis ligeiros que circulam em Portugal serão automóveis elétricos”. Matos Fernandes acredita que "daqui a quatro ou cinco anos um veículo elétrico custará provavelmente menos do que custa um veículo a combustão”.

"A eletrificação está em curso e é irreversível. No entanto, é preciso não decretar para o "degredo” os motores a combustão, com o diesel à cabeça, cujos motores estão, hoje, mais limpos do que nunca e não podem ser "condenados” por quem não tem conhecimentos técnicos.

Em 2018, Portugal conseguiu que na energia produzida para alimentação da nossa rede energética, 53,10% tivesse origem em energia renovável, com grande destaque para a energia hídrica 24,20%. Estes números são animadores, mas não é possível esquecer que são reflexo de um ano com abundância de chuva (o mesmo não se passou em 2017). Quando se fala em converter todo o nosso parque automóvel para veículos elétricos, anunciados como 'emissão zero', basta olharmos para os gráficos referentes a forma como se produz energia para perceber que estamos a ser demasiados otimistas e a criar expectativa num produto que se diz 'emissão zero' (zero onde? Na utilização?! Na produção?! No carregamento?!), são questões que obviamente a evolução tecnológica imposta pela pressão comercial e social irá arranjar forma de criar respostas cada vez mais no sentido da expressão 'zero emissões'.

"Não se deve, porém, negar que os veículos eletrificados têm pontos positivos do ponto de vista ambiental e que a mobilidade elétrica será, e já é, um pensamento lógico. É, acima de tudo, mais uma alternativa. Por outro lado, tratar o diesel e os combustíveis fósseis em geral da forma como alguns querem transparecer, não é um pensamento lógico. Os motores de combustão não podem ser tratados, agora, como os únicos responsáveis das emissões resultantes da mobilidade globalizada e cada vez mais acessível.

"As variadas marcas têm vindo a desenvolver e apresentar soluções cada vez mais eficientes, como a utilização de várias tecnologias propulsoras no mesmo veículo, criando assim soluções adequadas as diversas utilizações.

"Dizer que o motor de combustão será o 'parente pobre' é, antes de mais, esquecer que há muitos utilizadores que não encontram uma resposta as suas necessidades técnicas/económicas no veículo elétrico (zero emissões).

"O nosso parque automóvel está envelhecido, com os veículos a terem uma idade média de 12 anos e uma boa fatia com mais de 20 anos. Com base nestes números, parece-nos pouco credível que a curto prazo exista uma desvalorização e, numa economia como a nossa, com um poder económico baixo, que se consiga realizar uma transição para o novo 'formato de veículos' de uma forma acentuada e rápida, não existindo poder/alternativa real de substituição dos veículos. Não prevemos, por isso, que haja uma desvalorização e rejeição seja tão rápida e abrupta como alguns querem fazer crer.

"Como disse Mark Twain 'Parece-nos que as notícias sobre a morte do diesel são manifestamente exageradas' ".

Posição da ANECRA

"A obsessão pelo veículo eléctrico e a diabolização do diesel, condiciona uma análise mais profunda sobre o futuro do automóvel e o correspondente impacto ambiental.

"Partindo destas duas únicas variáveis, é possível emitir opiniões que condicionam de facto, as soluções que o Sector Automóvel e particularmente a Indústria Automóvel, sempre souberam encontrar, correspondendo ao exigível não só, pelos Poderes Políticos, como também, pelos Consumidores.

"Tecer considerações que limitem a acção do mercado, é, no mínimo, inadmissível, vindo de um responsável político a quem, caberia apontar soluções e não, ter a ousadia de optar pela premunição de qual será, daqui a quatro ou cinco anos, o valor residual dos veículos automóveis a gasóleo, que agora são adquiridos ou já estão em circulação, ou ainda, antecipar aquilo que o mercado automóvel será daqui a uma ou duas dezenas de anos, omitindo os objectivos definidos pela Indústria Automóvel que, curiosamente, têm sido sempre atingidos e mesmo ultrapassados.

"A ANECRA, desde há muito, tem manifestado a sua preocupação face ao continuado agravamento da idade média do Parque Automóvel Nacional, preconizando medidas que visam inverter essa tendência, como será o caso da retoma do Sistema de Incentivos ao Abate de Veículos em Fim de Vida e a penalização acentuada, da "importação” de veículos usados com mais de oito anos, estes sim, com impacto directo no desagravamento dos efeitos ambientais.

"Por último, a ANECRA lamenta a falta de sensibilidade do Senhor Ministro do Ambiente, relativamente às declarações proferidas quanto ao seu efeito profundamente negativo num sector determinante como o é o Sector Automóvel, nomeadamente no que concerne à prossecução dos Orçamentos do Estado, ao contribuírem com mais de vinte e cinco por cento na arrecadação das respectivas Receitas Fiscais Liquidas".

A ACAP também reagiu às afirmações do Ministro do Ambiente na sua
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