E-Fuel ou BioFuel?

Os automóveis tradicionais poderão ter futuro depois de 2035, graças à utilização de combustíveis sintéticos. Os biocombustíveis continuam a ser uma questão espinhosa: estes são proibidos pela Comunidade Europeia.

 

Não apenas automóveis eléctricos em 2035: ao abrir as negociações aos combustíveis sintéticos, a União Europeia prolongou de facto a vida útil dos automóveis de combustão interna a partir de meados da próxima década. No entanto, a escolha da UE de se abrir aos combustíveis sintéticos e não aos biocombustíveis criou um longo rasto de controvérsias, ligadas às diferentes produções e escolhas tecnológicas dos vários países. A razão? Os combustíveis electrónicos na Europa são produzidos na Alemanha e na Islândia sob o controlo da Aliança E-Fuel, com projectos prontos a serem lançados na Noruega, Dinamarca, Suécia e Espanha. A Itália, por outro lado, abraçou o caminho dos biocombustíveis, tendo a Eni como protagonista da produção do Bio-Combustível.

O que são e-fuels? Abreviatura de electrocombustível, são combustíveis sintéticos que são produzidos através de um processo de electrólise da água e síntese de CO2. Em suma, o processo consiste em retirar hidrogénio da água e carbono do dióxido de carbono e depois construir hidrocarboneto utilizando energia renovável. Isto gera hidrogénio e monóxido de carbono que são posteriormente combinados para formar um vector energético em forma líquida, que será misturado ou substituído por combustíveis tradicionais. Para ter um combustível "neutro em carbono" de origem sintética, a electricidade utilizada deve provir de fontes renováveis (eólica, geotérmica, solar, hídrica). A neutralidade de carbono seria possível compensando o CO2 emitido pelos tubos de escape dos veículos alimentados por combustíveis sintéticos e o dióxido de carbono retirado da atmosfera para a produção de e-fuels.

Além disso, os combustíveis sintéticos são compatíveis com a infra-estrutura de distribuição e venda actualmente utilizada para gasóleo e gasolina e têm uma alta densidade energética, o que os torna adequados para utilização em automóveis de alto desempenho. Estes combustíveis podem ser utilizados com diferentes aplicações, tais como e-Petrol, e-Diesel, e-Heating e e-Kerosene, regulados pela norma Din EN 228. Quais são as falhas dos combustíveis sintéticos? Segundo as associações ambientais, não seriam emissões zero, teriam custos mais elevados do que os combustíveis tradicionais e escassa disponibilidade. A escassez de quantidades é também um tema abordado por vários produtores de combustíveis electrónicos, que sublinham como os combustíveis sintéticos não serão uma alternativa à mobilidade eléctrica, mas uma ferramenta para continuar a alimentar veículos tais como carros de combustão interna de alto desempenho, carros clássicos, veículos profissionais (por exemplo, camiões de bombeiros) e todas aquelas aplicações sobre rodas que não podem ser associadas a um motor totalmente eléctrico.

O que são os biocombustíveis? Como explicado pela Treccani, a enciclopédia italiana de Ciências, estes são combustíveis obtidos a partir de matérias-primas de origem agrícola. Ao contrário dos combustíveis tradicionais, que derivam de combustíveis fósseis, os biocombustíveis derivam do processamento de substâncias orgânicas, vegetais ou animais, por exemplo, de sementes de colza, milho ou resíduos de culturas de soja. Quanto ao biodiesel, não requer modificações do motor e garante um melhor desempenho. Na frente das emissões, os motores alimentados a biodiesel contêm concentrações mais baixas de monóxido de carbono, partículas de carbono e hidrocarbonetos não queimados. A isto acresce a quase neutralidade climática no ciclo de produção-utilização do biodiesel. Entre as dúvidas relacionadas com a utilização de biocombustíveis, a utilização de terrenos para culturas e uma disponibilidade limitada de quantidades. A principal vantagem dos biocombustíveis é que são neutros em carbono: uma vez queimados, libertam para a atmosfera a mesma quantidade de dióxido de carbono que tinham anteriormente absorvido e transformado em biomassa através da fotossíntese da clorofila. Quais são os custos dos biocombustíveis? São apenas alguns cêntimos mais caros do que os combustíveis tradicionais.