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60% dos portugueses não se veem a viver sem carro, menos 25% que em 2017

6 em 10 consideram o automóvel insubstituível, mas em 2017 eram 8 em 10. O que ainda o torna imprescindível é o seu caráter utilitário na vida quotidiana. Em Portugal, a crise pandémica fez com que a sua utilização reduzisse para metade.
03 Mar. 2021
60% dos portugueses não se veem a viver sem carro, menos 25% que em 2017
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A sociedade está em constante evolução e são cada vez mais os debates sobre a utilização do automóvel. Neste contexto de desenvolvimento, nos últimos anos, têm surgido várias alternativas ao automóvel que vêm fomentar a discussão. É um transporte que causa muita poluição? É um transporte muito caro financeiramente? São várias, e cada vez mais, as questões. Apesar de todas as críticas a que o automóvel pode estar...
A sociedade está em constante evolução e são cada vez mais os debates sobre a utilização do automóvel. Neste contexto de desenvolvimento, nos últimos anos, têm surgido várias alternativas ao automóvel que vêm fomentar a discussão. É um transporte que causa muita poluição? É um transporte muito caro financeiramente? São várias, e cada vez mais, as questões.
 
Apesar de todas as críticas a que o automóvel pode estar sujeito e de todas as nuvens negras que têm pairado sobre ele, a verdade é que é um transporte que tem permanecido inevitável e intemporal. As conclusões são do Observador Cetelem Automóvel 2021, que nos indica que, em Portugal, 6 em cada 10 pessoas não se veem a viver sem automóvel. O mesmo se passa na Europa e no Mundo, que apresentam números semelhantes. No entanto, apesar de ainda ser um meio de transporte indispensável, podemos afirmar que esta ideia tem perdido força, uma vez que em 2017 eram 8 em 10 as pessoas que não se viam a viver sem automóvel. 
 
Outro fator a ter em conta na avaliação da importância do automóvel é o escalão de rendimento: 53% das pessoas com rendimentos mais elevados não podem viver sem automóvel, em comparação com apenas 36% dos que têm rendimentos mais baixos.
 
Insubstituível para a vida quotidiana
A nível mundial, questionados sobre o porquê de estarem apegados ao seu carro, 7 em cada 10 destacaram também as questões ligadas à sua utilidade – o facto de prestar um serviço. Já em Portugal, as respostas a esta questão dizem-nos que o automóvel também é tido como um veículo capaz de valorizar a imagem pessoal.
 
Quanto aos motivos para a utilização do carro, 85% dos portugueses inquiridos referem a necessidade de utilizar o carro para cumprir tarefas do dia a dia (ir trabalhar, ir às compras, deixar os filhos na escola, etc.). Esta necessidade é de tal forma dominante que as outras formas de utilização – como realizar longas viagens, ter momentos de lazer, ir de férias ou simples prazer de condução – têm menor relevância. Isto reforça as razões utilitárias em detrimento da noção de prazer ou escapismo.
 
Com o aparecimento da crise pandémica e do confinamento, as saídas reduziram-se ao estritamente necessário. No entanto, esta crise veio reforçar a perceção do caráter utilitário do automóvel: a nível mundial, apenas um terço dos inquiridos reduziu a sua utilização no âmbito da vida quotidiana, por comparação com 46% em relação a viagens privadas e de lazer e 55% em relação a fins de semana e férias. Em Portugal, fruto de um conjunto de medidas mais rígidas, a utilização do automóvel, no âmbito da vida quotidiana, reduziu para metade.
 
A relação com o automóvel tem sido pautada pela estabilidade, pelo menos nos países ocidentais. Em Portugal, 1 em cada 2 pessoas acredita que, nos últimos anos, não utilizou o seu veículo nem mais, nem menos vezes. No entanto, regista-se um aumento significativo da utilização do automóvel nos países emergentes, designadamente na China (66% referem que têm utilizado mais) e na Turquia (65%).
 
Metodologia:
As análises económicas e de mercado, bem como as projeções, foram realizadas em parceria com a empresa de estudos e consultoria C-Ways, especializada em marketing de antecipação.
O trabalho de campo quantitativo foi conduzido pela Harris Interactive de 2 a 11 de setembro de 2020 em 15 países: África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão, Holanda, Polónia, Portugal, Reino Unido e Turquia.
No total, foram entrevistadas 10.000 pessoas online (método de recolha CAWI), com idade entre 18 e 65 anos, representativas de cada país. A representatividade da amostra é assegurada pelo método quotas (sexo, idade). Foram entrevistadas 500 pessoas em cada país, exceto em França onde se realizaram 3 mil entrevistas.
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