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O barómetro do mercado automóvel

O mercado automóvel revela maior pressão na procura, o que tem vindo a afetar igualmente a oferta disponível. Já comparativamente ao mesmo mês de 2019, o aumento registado é de +46%.
12 Jul. 2022
O barómetro do mercado automóvel
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·       No primeiro semestre de 2022, face ao primeiro semestre do ano passado, o mercado de usados revela um decréscimo de -26% de oferta, superior às quedas registadas nos anos anteriores (-13% em 2020 e -10% em 2019 no primeiro semestre) evidenciando a escassez de produto. A procura tem uma quebra de -15%, o que resulta, ainda assim, numa dinâmica de mercado positiva, de +11%.·       A...
·       No primeiro semestre de 2022, face ao primeiro semestre do ano passado, o mercado de usados revela um decréscimo de -26% de oferta, superior às quedas registadas nos anos anteriores (-13% em 2020 e -10% em 2019 no primeiro semestre) evidenciando a escassez de produto. A procura tem uma quebra de -15%, o que resulta, ainda assim, numa dinâmica de mercado positiva, de +11%.
·       A transferência de propriedade de ligeiros de passageiros teve um ligeiro crescimento de +0,6% em maio de 2022, face ao mês homólogo de 2021, com um decréscimo de -12% em comparação com maio de 2019. Há, paralelamente, um crescimento de +37% dos veículos importados, face ao mesmo período do ano passado, que está relacionado com a falta de stock nacional.
·   O preço médio praticado pelos vendedores profissionais continua a revelar tendência de crescimento, passando de cerca de 21.800€ para 22.250€, devido à pressão da procura e escassez da oferta. Os preços começaram a aumentar de forma mais significativa a partir de agosto de 2021.
·       Observando os modelos mais representativos no Standvirtual, com 50 mil quilómetros e a diesel, verifica-se que, após uma descida dos preços em abril, os mesmos voltam a subir em junho. Tal acontece nos casos do Renault Megane Sport Tourer (21.000€), Renault Clio (16.900€) e Nissan Qashqai (24.100€), com o Mercedes-Benz A180 a manter o valor médio (30.200€). São valores cerca de 15% a 20% mais caros do que na mesma altura de 2021.
·      De acordo com os dados fornecidos pela BCA, os preços sobem apenas ligeiramente no retalho, com uma ligeira descida no caso do comércio.
·     O diesel (62%) é o tipo de combustível mais procurado na secção de veículos usados do Standvirtual, mas com tendência a descer desde maio de 2021. Seguem-se a gasolina (25%) e os veículos eletrificados (10%), com um pico de procura em março. 
·      Na secção de veículos novos do Standvirtual, regista-se uma tendência de crescimento desde o início do ano, mas com uma quebra face ao ano passado (-18%, em linha com os dados da ACAP). Esta secção é liderada pelos veículos eletrificados.
·       Segundo dados da ACAP, em junho verifica-se um decréscimo -18,6% no total do mercado automóvel, face ao mesmo período de 2021, e -9,4% no acumulado anual face a 2021. As energias alternativas (veículos eletrificados e híbridos GPL) representaram cerca de 38% do mercado total de ligeiros em junho de 2022, com o gasóleo (18%) a perder quota de mercado.  

O Standvirtual realizou um webinar para apresentar o barómetro do mercado automóvel, em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). O evento online contou com o contributo de João Venâncio (Brand Manager da Citröen Portugal), Rui Melo (CEO da Tribalcar), Tiago Jorge (CEO da CalhambeQ Car Solutions), Maria Neffe, do Departamento Económico-Estatístico da ACAP, além de Daniel Rocha (Diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual), Pedro Soares (Diretor Comercial do Standvirtual) e Nuno C. Branco (Diretor Geral do Standvirtual). O webinar teve como principal objetivo divulgar os números e analisar os principais temas do mercado automóvel. 
 
João Venâncio, Brand Manager da Citröen Portugal, acredita que "neste momento, o mercado vive a volatilidade e a incerteza que existem no canal de abastecimento. A crise dos semicondutores começa a ver alguma estabilização, no entanto há outros fatores que vieram tornar o mercado mais imprevisível, como o caso da guerra na Ucrânia, que veio acelerar o custo de produção e distribuição das viaturas, e a crise energética, que afeta também o fornecimento. No entanto, estamos a assistir a uma recuperação face aos anos anteriores”.  
 
Para Rui Melo, CEO Tribalcar, "temos de mudar o paradigma do comércio automóvel. Em 25 anos nunca importei carros e desde há um ano e meio comecei a importar, numa primeira fase sobretudo carros híbridos e elétricos. Lá fora os preços também aumentaram, mas a vantagem é que o mercado e o poder de escolha são maiores. Atualmente temos players, nomeadamente as rent-a-car, que são concorrentes pois também não têm carros e pretendem comprar, sobretudo com o regresso do turismo. A aposta nos carros elétricos, com o crescimento desse mercado, é limitada porque não há carros para entrega, o que me fez recorrer sobretudo aos semi-novos”.  
 
Tiago Jorge, CEO da CalhambeQ Car Solutions, explica como "sempre trabalhámos com importados e nacionais, além de com a consignação, que sempre teve algum preconceito. Esse negócio vem complementar o importado e o nacional e o facto de não haver investimento no produto da nossa parte, enquanto comerciantes, permite também testar o produto que certamente não compraríamos. Nunca sentimos falta de produto, apesar de haver modelos que não existem para entrega, mas se dermos a conhecer e arriscarmos em novos modelos vamos conhecer outro tipo de cliente. E aqui entra o elétrico. Há uma grande procura, mas também há uma necessidade de quem adquiriu e não se adaptou para voltar aos veículos a combustão”. 
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