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O futuro é digital

A passagem da primeira onda de digitalização para a segunda será caracterizada pela ascensão de novas tecnologias e novos paradigmas.
17 Mai. 2023
O futuro é digital
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O futuro é digital: nos próximos 10 anos, o metaverso, a computação quântica e a inteligência artificial poderão criar uma revolução sem precedentes para as empresas e clientes. Embora a última década tenha sido caracterizada pela disseminação de canais digitais, tais como portais e aplicações, a implementação de ferramentas de análise de dados e a migração de infraestruturas para a nuvem, em 2023, encontramo-nos numa...
O futuro é digital: nos próximos 10 anos, o metaverso, a computação quântica e a inteligência artificial poderão criar uma revolução sem precedentes para as empresas e clientes. Embora a última década tenha sido caracterizada pela disseminação de canais digitais, tais como portais e aplicações, a implementação de ferramentas de análise de dados e a migração de infraestruturas para a nuvem, em 2023, encontramo-nos numa fase de transição. A passagem da primeira onda de digitalização para a segunda será caracterizada pela ascensão de novas tecnologias e novos paradigmas, que poderão ter um impacto ainda mais significativo nos modelos de negócio e nas relações entre empresas e clientes, indica a Minsait.

A tendência para a priorização da transição digital nas políticas públicas, a nível nacional, tem apresentado uma constante evolução. Em Portugal, o digital é um sector económico com cerca de 24 mil empresas e emprega mais de 147 mil trabalhadores qualificados, o que corresponde a 3,6% do emprego. De salientar a contribuição de Portugal para o cumprimento dos objetivos digitais, que ascende a 22,1% do total do seu PRR, cerca de 3,67 mil milhões de euros, excedendo o objetivo digital de 20%. A educação e formação em competências digitais, a transformação digital das empresas e a digitalização do Estado são algumas das medidas digitais mais relevantes para o país.

Relativamente às metas da Década Digital, Portugal posiciona-se acima da média da União Europeia nas metas correspondentes ao nível de intensidade digital das PME e na adoção de inteligência artificial. Também as taxas de rentabilidade das empresas que utilizam as tecnologias digitais são superiores à taxa de rentabilidade média e foram mais resilientes no ano da crise pandémica.

Neste cenário de grande transformação e desenvolvimento, a Minsait aponta cinco principais áreas de foco para a segunda onda de digitalização.

Metaverso e a realidade aumentada

A primeira diz respeito ao desenvolvimento de novos canais, tais como o metaverso e a realidade aumentada, a última fronteira para as relações com os clientes. Dentro dos mundos virtuais do metaverso, os utilizadores podem interagir com empresas como o fariam na realidade, mas com maior flexibilidade no tempo e no espaço.

De acordo com a Gartner, até 2025, 80% das interações de vendas B2B entre fornecedores e compradores ocorrerá em canais digitais. Um cliente pode visitar a sua agência bancária a partir do conforto do seu sofá em casa, a qualquer hora do dia, e encontrar-se com um consultor especializado que pode recomendar as melhores soluções.

A realidade aumentada, por outro lado, permite que a informação digital seja sobreposta ao mundo físico, permitindo aos utilizadores obterem mais detalhes sobre certos produtos em exposição ou serviços.

Phygital

A segunda área de foco será o phygital, ou seja, a integração de canais físicos e digitais através de sistemas tecnológicos avançados, tais como a Internet of Things (IoT). Esta tendência terá um grande impacto na gestão das operações industriais, permitindo um acompanhamento preciso e melhorando a segurança e eficiência das operações.

Além disso, o phygital desempenhará também um papel importante no retalho, através de soluções de apoio às lojas para melhorar a experiência de compra do cliente, como, por exemplo, oferecer promoções e sugestões personalizadas com base no comportamento de compra anterior.

Automação inteligente de processos

A terceira área de atenção da segunda onda de digitalização diz respeito à otimização avançada das operações através de tecnologias de automação inteligente de processos, uma combinação de automação de processos robotizada com algoritmos de inteligência artificial, a fim de melhorar as operações e reduzir os custos.

A Gartner estima que, até 2025, 70% das organizações usará tecnologias de habilitação de linhagem de dados, como análise de gráficos, machine learning, inteligência artificial e Blockchain, como componentes críticos da sua modelagem semântica. Com estas ferramentas, grandes quantidades de dados podem ser analisadas em tempo real e as decisões podem ser tomadas de forma rápida e precisa. Através da automatização inteligente de processos, as empresas podem automatizar tarefas repetitivas, reduzir custos e concentrar o trabalho dos seus profissionais em tarefas de alto valor acrescentado.

Inteligência artificial

A quarta área caracteriza-se pela computação quântica e inteligência artificial. Estas tecnologias vão abrir uma nova era no processamento de dados, tanto em termos de desempenho como de tomada de decisões.

A MarketsandMarkets prevê um crescimento global muito significativo, de 866 milhões de dólares em 2023, para 4,375 mil milhões em 2028, com uma taxa de crescimento anual composta de 38,3% durante este período. Com a combinação destas duas tecnologias, será possível às empresas e instituições enfrentarem desafios complexos que requerem a análise de enormes volumes de dados.

A computação quântica poderá ter um grande impacto no sector do comércio de energia, através da otimização dos preços da energia com os consequentes benefícios para os cidadãos, ou na investigação científica, para a descoberta de novas moléculas ou medicamentos.

Cloud

A última área de enfoque, mas não menos importante, diz respeito à modernização e migração dos sistemas herdados das empresas para a cloud. Embora estes sejam processos já iniciados na primeira vaga de digitalização, vão acompanhar a segunda vaga, em benefício de serviços que serão cada vez mais rápidos, integrados e escaláveis.

"A segunda onda de digitalização resulta numa consequência óbvia e natural de tudo o que se fez até agora. Todo este processo deve ser feito seguindo os mais rigorosos critérios éticos, para que a tecnologia continue a ser vista como uma mais-valia para todos e não como uma ameaça”, refere Vasco Mendes de Almeida, diretor de Digital Business Technologies da Minsait em Portugal.
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