65% dos portugueses considera que, nos próximos meses, terá menos dinheiro disponível do que o ano passado. Como tal, terão de ser feitos alguns cortes, estando as idas a restaurantes (gastar menos dinheiro) no topo da lista, seguidas do entretenimento/lazer, da decoração da casa e de roupa. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela Boutique Research, para tentar compreender o que mudou e quais são as expectativas dos...
65% dos portugueses considera que, nos próximos meses, terá menos dinheiro disponível do que o ano passado. Como tal, terão de ser feitos alguns cortes, estando as idas a restaurantes (gastar menos dinheiro) no topo da lista, seguidas do entretenimento/lazer, da decoração da casa e de roupa. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela Boutique Research, para tentar compreender o que mudou e quais são as expectativas dos portugueses para os próximos meses. Após a Covid-19, no ano 2021, os portugueses estavam otimistas, mas não tardou para que, em 2022, decorrente da guerra na Ucrânia, começasse a subida de preços generalizada. Uma pandemia global, a guerra na Ucrânia, a inflação e recessão económica, a crise na habitação, entre outros fatores, tornam cada vez mais difícil planear com a antecedência desejada. "A preocupação com o futuro tem sido uma constante ao longo dos últimos anos, atingindo o pico no início da pandemia e há um ano, com o aumento da inflação. 66% considera que está muito preocupado com o futuro e esta preocupação é mais evidente entre os Millennials e a Geração X”, refere Sofia Abecasis, sócia fundadora da Boutique Research. Sempre que há uma crise económica, os consumidores são forçados a reduzir as suas despesas. Numa primeira fase, reduzem as despesas que consideram não essenciais (por exemplo, 69% diz que compra apenas a roupa de que necessita), renegoceiam contratos, focam-se nas promoções e 34% dos portugueses faz "trading down”, procurando ativamente substituir as marcas habituais por marcas mais baratas ou até substituir por produtos mais baratos, sacrificando a qualidade dos mesmos. Mas também recorrem ao minimalismo, com 56% dos portugueses a optar por comprar menos, mas com mais qualidade. Expectativas face às marcas O estudo também permitiu aferir algumas expectativas face às marcas. 71% dos portugueses espera que as marcas sejam/tornem-se ecológicas e sustentáveis, mas apenas 31% sente que as marcas estão verdadeiramente focadas em sê-lo. 34% considera comprar mais produtos "eco friendly” face ao ano passado e 73% concorda que ajudar o ambiente é importante para si. Neste contexto, 61% dos portugueses revela ter interesse em notícias/política/questões relacionadas com o meio ambiente. Paralelamente, 70% dos portugueses refere que já teve contacto com a inteligência artificial no seu dia-a-dia e 32% considera utilizar mais, no próximo ano, sobretudo em áreas como a saúde e bem-estar, segurança e finanças. Na área do cuidado pessoal, a saúde e bem-estar é um dos temas que mais preocupa os portugueses. 55% refere que tem o nível de stress (muito) mais elevado do que no ano passado, sendo a atual situação financeira das famílias o principal fator para que, no último ano, o nível de stress tenha aumentado, sobretudo junto dos Millennials (61%). Nesse sentido, 59% procura viver uma vida mais calma e usufruir de pequenos momentos de felicidade, calma, pausa, para reduzir o stress e conectar-se consigo próprio e com os outros. 52% destes momentos é planeados e 58% dos portugueses afirma ter tido pelo menos um "micro moment” na última semana. |