Veículos autónomos: porta aberta aos ciber-criminosos

Muitos veículos autónomos não estão totalmente protegidos contra ciberataques. A GlobalData, uma empresa líder em dados e análises, estima que pode haver até 180.000 bugs no código que opera um veículo autónomo de nível 5 - deixando os hackers com 15.000 vulnerabilidades de segurança à escolha.

O último relatório da GlobalData, "Cybersecurity in Automotive - Thematic Research", sublinha a importância de defender toda a infra-estrutura em que os carros ligados dependem, observando que estamos a entrar numa era de "Guerra do Código", em que cada dispositivo digital - por mais pequeno que seja - pode ser armado.

 

Emilio Campaña, Analista da equipa de Investigação Temática da GlobalData, comenta: "Os fabricantes de veículos autónomos podem estar a certificar-se de que as portas físicas se fecham, mas, tal como está, as portas digitais estão bem abertas. Durante a última década, os hackers acederam aos veículos de numerosas marcas principais: destrancamento remoto de portas, recolha de dados sensíveis, e mesmo assumindo o controlo dos veículos. Isto simplesmente não é suficientemente bom, e os veículos autónomos não estarão suficientemente seguros enquanto estas falhas não forem colmatadas".

As empresas do sector automóvel falam cada vez mais de ciber-segurança nos seus relatórios financeiros, de acordo com a GlobalData's Company Filing Analytics. O número de menções de "cibersegurança" aumentou quase quatro vezes entre 2016 e 2021. No entanto, o número de menções é relativamente pequeno quando comparado com outros temas principais do sector - especialmente questões ambientais, sociais e de governação (ESG). Em 2021, o número de menções de "ESG" foi mais de 20 vezes superior ao número de menções de "ciber-segurança".